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estresse emocional aumenta mortalidade por certos tipos de câncer

Um estudo recentemente publicado na conceituada Revista Britânica de Medicina (British Medical Jounal) demonstrou algo que, intuitivamente, muitas pessoas já imaginavam: a íntima relação entre o estresse emocional e o câncer. 

Trata-se de um grande estudo com 163.363 pessoas realizado no periodo de 1994 à 2008, no Reino Unido.
Resumidamente, ficou demonstrado que pessoas com maior nível de estresse emocional tiveram:
• 269 % mais câncer de bexiga
• 386 % mais leucemias
• 314 % mais linfomas não Hodgkin
• 276 % mais câncer de pâncreas
• 259 % mais câncer de esôfago
• 267 % mais câncer de estômago
• 237 % mais câncer de ovário (em mulheres)
• 184 % mais câncer colorretal
• 191 % mais câncer de mama

Podemos supor dois mecanismos para esse efeito (aumento da mortalidade por câncer em pessoas estressadas). A primeira hipótese é que pessoas emocionalmente instáveis têm estilos de vida desfavoráveis. Nesse estudo, no entanto, foi feito um controle para que o uso de cigarros, bebidas alcoólicas e sedentarismo não distorcesse o resultado.

Uma outra hipótese é um efeito direto do estresse nos mecanismos de defesa do organismo contra o câncer. Está mais do que bem comprovado que diagnósticos psiquiátricos como depressão e transtornos de ansiedade desregulam o funcionamento de nosso sistema imune e desencadeia uma resposta inflamatória crônica (prolongada, por muito tempo). Nesse contexto, nosso organismo perde a capacidade de reparação de mutações genéticas (alterações em nosso DNA), que são a base para o desenvolvimento de todo câncer.


Vale ressaltar que os autores tiveram dois importantes cuidados:
• Excluir pessoas que já tinham câncer antes de iniciar o estudo e também aquelas que morreriam nos primeiros 5 anos do estudo (assim praticamente excluíram a chance de uma causa reversa: o câncer provocando estresse).
• Fizeram um rigoroso controle estatístico para influência do uso de álcool, cigarro e sedentarismo.

O que podemos concluir desse estudo é que para reduzir o risco de certos tipos de câncer devemos também realizar um bom tratamento psiquiátrico

Fonte: BMJ 2017;356:j108 | doi: 10.1136/bmj.j108